Segunda, 4 de Abril de 2011

Período de Chuvas: Cuidados para evitar dengue e leptospirose

A volta da chuva renova o alerta para duas doenças graves e sobre as quais a Secretaria Municipal da Saúde se empenha em prevenir: a dengue, cujo vírus é inoculado pelo mosquito que se cria na água limpa e acumulada em qualquer superfície, e a leptospirose, transmitida por uma bactéria eliminada com a urina do rato e que tem sua disseminação favorecida pelo solo úmido ou alagado.

Segundo a diretora do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, Karin Luhm, é preciso que a população evite ao máximo as situações de risco e, se isso não for possível, procure o serviço de saúde mais próximo tão logo se manifestem os sintomas. “São cuidados que se deve observar o ano inteiro e, em especial, quando a chuva é mais intensa ou frequente, como a que ultimamente afetou parte do nosso Litoral”, orienta.

Sintomas - Enquanto a dengue segue sem registrar casos locais, a leptospirose já fez 68 vítimas – nove delas fatais. Os sintomas clássicos da dengue são dor de cabeça, febre alta, dor no fundo do olho, no corpo e nas articulações, prostração, manchas vermelhas e náuseas. Já a leptospirose se manifesta por meio de dor muscular, febre e dor de cabeça de início agudo.

Quando esses sintomas de leptospirose se apresentam simultaneamente, merecem cuidado especial das equipes das unidades de saúde porque põem significar que o paciente contraiu a doença. Os médicos também perguntam sobre exposição a algum fator de risco – como entrar sem proteção (botas e luvas de borracha ou sacos plásticos duplos e bem fixados) em água de enchente ou áreas alagadas. Além disso, investigam outros sinais e sintomas, como olhos avermelhados, sinais de insuficiência renal, pele amarelada e hemorragia.

Risco - De acordo com a diretora do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, as pessoas que podem estar com uma ou outra doença devem relembrar se não se expuseram a situações de risco antes de concluir se estão com algum sintoma de gripe ou resfriado. “O melhor é ir até o serviço de saúde e relatar as informações ao médico. Isso é essencial ao diagnóstico e ao tratamento compatível”, diz.

Para a dengue, são indicativos de risco, além dos sintomas, o fato de ter estado em local onde a doença ocorre. Se a pessoa se expôs nesse ambiente sem proteção – não usou repelente, roupas que cobrissem principalmente as pernas e hospedou-se em local sem telas nas portas e janelas – as chances de ter sido picado pelo mosquito a dengue aumentam.

Alerta - No caso da leptospirose, está mais sujeito à contaminação quem tem contato com água, lama de enchente ou local por onde circulem ratos, entre outras situações, ou que trabalha na construção civil, coleta de lixo ou resíduos sólidos e jardinagem.  É importante salientar que os sintomas podem aparecer até 30 dias ou mais depois do incidente.

Além de cuidar da saúde, observa Karin, é preciso cuidar do meio ambiente. “Dengue acontece quando o mosquito encontra meios de desenvolver suas larvas e leptospirose quando há fatores propícios à reprodução dos ratos. É aí que entra a responsabilidade de cada um, contribuindo para que isso não aconteça”, chama a atenção.

Prevenção - Por isso, objetos que acumulem água fora ou dentro de casa precisam ser eliminados. É o caso de tampas, pneus e garrafas abandonados em quintas e jardins. Utensílios que não podem ser descartados – como comedouros de animais de estimação – precisam ser lavados com esponja constantemente.

Para evitar a aproximação e procriação de ratos, é necessário acondicionar bem o lixo. O objetivo é que o roedor não tenha alimento, abrigo e água. Portas e janelas devem ser bem vedados para que o animal não entre em busca de alimento.