Segunda, 4 de Abril de 2011

Orientações sobre trauma dentário na Boca Maldita

A encenação de situações que contribuem para a ocorrência do trauma dental entre crianças, o que fazer para evitá-las e como agir em caso de perda total ou parcial de dentes são alguns dos assuntos dessa terça-feira (5) na Semana Saúde em Movimento, que acontece na Boca Maldita até sexta-feira (8). As atividades acontecerão das 9h às 17h.

Aberto nesta segunda-feira (4) com os temas dengue e leptospirose, o evento é uma promoção da Secretaria de Saúde de Curitiba para marcar a semana em que se comemoram as datas dedicadas à atividade física (dia 6) e à saúde (dia 7). 

Para atrair o público para esse aspecto da saúde bucal, dois técnicos vestidos como crianças simularão rotinas domésticas que podem ocasionar traumas dentários. O cenário será criado sob as tendas montadas no local para sediar o evento. O uso do andador, brincadeiras com bola e a queda de cima de móveis estarão entre elas.

“Pretendemos apresentar situações de risco físico ou social que podem ser evitadas e, quando isso não for possível, que medidas tomar”, explica a coordenadora do Programa Municipal de Saúde Bucal, odontóloga Ana Cristina Allegretti.

A meta é chamar a atenção do público para os fatores ambientais e sociais que, quando devidamente manejados, podem contribuir para que Curitiba diminua ainda mais o índice de dentes cariados, perdidos ou obturados no início da adolescência - o chamado CPO-d 12 anos. De acordo com pesquisa realizada no início da década passada - a mais recente publicada pelo Ministério da Saúde, em Curitiba esse índice era de 1,3. 

Motivos - De acordo com a pesquisa Epidemiologia do Trauma Dentário em Curitiba, realizado pela dentista Simone Tetu Moysés em escolas públicas (1998) e escolas públicas e privadas (2006), mostrou nesse último período que 21,6% dos traumas são atribuídos a quedas e 15% a colisões com pessoas ou objetos. Ao mesmo tempo, 37,5% dos entrevistados alegaram desconhecer a origem do trauma sofrido. Os locais mais freqüentes de ocorrência, também apontados pelo estudo, foram o ambiente doméstico, a rua ou a escola.

O foco da abordagem proposta pela Semana Saúde em Movimento é justamente a prevenção do trauma bucal - seja pela eliminação dos fatores de risco físico do cenário (como móveis e objetos que sujeitem tanto adultos como crianças a traumas bucais ou de outra natureza) ou pela presença de adultos mediando a convivência em grupos como as escolas e incentivando a cultura da paz - e suas conseqüências. Também de acordo com a pesquisa feita por Simone, 75,7% das vítimas de trauma dentário alegaram ter sido afetadas pelo episódio. Dificuldades para comer e sorrir foram apresentados como os principais impactos.

Atitude - Quando o trauma acontece - por acidente ou violência - o melhor a fazer é salvar o dente e encaminhar a vítima para atendimento odontológico o mais rápido possível. Nesse caso, ensina Ana Cristina Allegretti, o melhor a fazer é recolher o dente pegando-o pela coroa - nunca pela raiz - e retirar a sujeira aparente com água da torneira.

O objetivo desse procedimento é reduzir as chances de contaminação dos ligamentos que unem o dente ao osso. Em seguida, deve-se recolocar o dente na cavidade de onde foi sacado e procurar o dentista mais próximo. Se isso não for possível, o caminho é mergulhar o dente em um pouco de leite e levá-lo, com a vítima, ao serviço odontológico mais próximo.

A coordenadora do Programa de Saúde Bucal lembra que uma situação desse tipo é uma grande emergência odontológica e considerada prioridade em qualquer clínica odontológica da rede municipal de saúde. “O paciente que chegar nessa situação a uma de nossas unidades de saúde, básicas ou de saúde da família, será atendido imediatamente”, disse.

 Além de saúde bucal, o segundo dia da Semana Saúde em Movimento tratará também dos temas aleitamento materno, cuidados posturais e saúde do trabalhador.