Quinta, 27 de Maio de 2010

Prefeitura leva proteção e cidadania ao Sítio Cercado com o Pronasci

A vida de dois adolescentes, um de 15 e outro de 17, moradores do bairro Sítio Cercado, mudou após entrarem para o programa "Protejo - Jovem Cidadão". João e José (nomes alterados para preservar a identidade) são dois dos 300 jovens entre 15 e 24 anos atendidos pelo programa da Prefeitura de Curitiba , mantido com recursos do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça. O Protejo está em andamento desde abril e os jovens selecionados irão participar de oficinas e atividades durante 1 ano.

Na manhã desta quinta-feira (27) os dois adolescentes deram depoimentos de como a vida deles mudou após participarem do programa, um dos nove em andamento da Prefeitura de Curitiba com recursos do Pronasci. Os jovens falaram durante a reunião do Gabinete de Gestão Integrada Municipal em Segurança Pública (GGI-M).

Os resultados do programa Mulheres da Paz também foram apresentados durante a reunião, outro programa que faz parte do Pronasci. Desde 2009 começaram as seleções e capacitações de mulheres para participar do programa no bairro Sítio Cercado.

Foram selecionadas e capacitadas 200 mulheres para identificarem jovens em situação de risco. Esses jovens são encaminhados para o programa Protejo. O Mulheres da Paz também atua para fortalecer as redes sociais e levar cidadania para as comunidades do bairro.

Julia Valeria Ferreira Cordellini, representante da Secretaria Municipal da Saúde e gestora do programa Mulheres da Paz, afirma que todas as mulheres que participam da ação são moradoras do Sítio Cercado e conhecem a realidade das comunidades. "São mulheres cuidadoras. Elas fazem intervenções e encaminhamentos de jovens em situação de risco. Todas as ações do programa têm fundamentação pedagógica", disse Julia.

Os dois programas, Protejo e Mulheres da Paz, atuam de forma conjunta. Márcia Valeria Ribeiro dos Santos participa do programa Mulheres da Paz desde o início e já vê resultados positivos. "Estamos plantando uma semente e fazendo o trabalho de formiguinha na mediação de conflitos. Esse trabalho para implantar uma cultura de paz não é só para os outros, mas para você mesmo, para o seu dia a dia", afirmou Márcia.

Cabeça erguida
João, de 17 anos, afirmou que antes de entrar no programa Protejo "fazia tudo errado". "Pichava e vendia cocaína. Perdi muito com o tráfico. Antes eu nem jogava bola, tinha medo de ir na praça e algum rival me ver e me ?apagar?. Agora ando de cabeça erguida e espero melhorar cada vez mais", disse o adolescente.

Ele afirmou que o relacionamento com a família melhorou após entrar no programa. José, 15, também disse que tinha envolvimento com o tráfico e deixou isso para trás. "Depois que entrei no Protejo comecei a mudar. A oficina de dança foi o que mais gostei. Formei novas amizades e agora temos uma família dentro do Protejo", disse.

Irineu Cantuário, responsável pelo programa Protejo, disse que uma das metas da ação é a inserção dos jovens no convívio social. "Nosso objetivo é tirar eles da situação de risco social e inseri-los na sociedade", afirmou.

O secretário municipal da Defesa Social, Itamar dos Santos, coordenador dos trabalhos do GGI-M, ressaltou que os programas estão tornando o Sítio Cercado um território da paz. "Os depoimentos desses jovens mostram a importância desses programas. Aliado aos projetos da Prefeitura, o Pronasci veio para ajudar no combate a violência. São vários projetos linkados que dão um grande resultado", afirmou. O bairro Sítio Cercado foi escolhido pelo Ministério da Justiça para a implantação de ações do Pronasci pelos indicadores de problemas sociais e de violência.

Reuniões
Em todas as últimas quintas-feiras de cada mês acontecem reuniões do GGI-M para discutir e debater as ações de segurança do Pronasci. Participam do GGI-M várias instituições de segurança pública como Guarda Municipal, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Corpo de Bombeiros, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ministério da Justiça, órgãos de administração da Prefeitura, como Ippuc, Diretran, Secretaria Antidrogas, FAS, e representantes sociais que atuam na segurança.