Prefeitura lança programa de vigilância em saúde corporal

A Vigilância Sanitária da Prefeitura conta agora com mais um instrumento para garantir a saúde dos clientes e trabalhadores dos cerca de 2,7 mil estabelecimentos das áreas de beleza e cuidados pessoais em funcionamento na cidade. A secretária municipal da Saúde, Eliane Chomatas, lançou nesta segunda-feira (12), no auditório do setor de produtos orgânicos do Mercado Municipal, o Programa de Vigilância em Saúde Corporal (Visacorp) - a ação concebida pelo órgão para orientar e acompanhar a rotina do segmento de forma sistematizada.

Estão sujeitos às normas do Visacorp as clínicas de estética, os estúdios de tatuagem e piercing, as academias de ginástica e os salões de beleza - o segmento que, na mesma ocasião do lançamento, foi o alvo da primeira audiência pública de apresentação dos objetivos da iniciativa. Participaram do encontro 118 profissionais desses estabelecimentos, além de depiladores, podólogos e representantes de centros formadores. Eles já eram acompanhados pela Secretaria Municipal da Saúde mas, de agora em diante, estarão sujeitos ao monitoramento sistematizado por etapa da inspeção até o final do ano.

A meta do Visacorp, explica a chefe de Vigilância Sanitária de Serviços de Interesse da Saúde, Lucinéia Lino, é auxiliar cada local a se manter em dia com as exigências da legislação sanitária - específicas para cada segmento. Daí o fato de os representantes de cada um serem agrupados em audiências próprias. A próxima será para a área de tatuagem e piercing. Além disso, os profissionais também são orientados sobre como ficar em dia com a legislação comercial. No caso dos salões, esterilização de materiais e descarte de cera usada são duas grandes preocupações. "Se isso não for observado, os clientes que demandam cada vez mais o trabalho dos profissionais de beleza e cuidados pessoais, além deles próprios, estarão sujeitos a hepatite B, AIDS, micoses e dermatites", observa.

Proprietária de um pequeno salão no bairro Sítio Cercado, o Lana Mix, a cabeleireira Chirlene Maria Oliveira de Lana elogiou a oportunidade. "Isso é muito necessário porque tem muita gente desqualificada abrindo salão", opina a profissional, que está no ramo desde 1993 e nunca teve outra profissão. "Fiz curso no Senac de Maringá e vim para Curitiba trabalhar num grande salão, onde aprendi a valorizar a higiene e a organização como diferenciais. Esse encontro reforça que estou no caminho certo e vou repassar isso para a única manicure que trabalha comigo", conta Chirlene, que se preocupa muito com a esterilização de materiais e o uso de roupas e toalhas brancas e limpas. "É tudo muito simples mas direitinho", garante.

A opinião de Chirlene é compartilhada pelo empresário Jonny Ariel Bernert, um dos sócios do salão Mulher Plena, no Juvevê, que emprega 73 pessoas. A esterilização dos instrumentos de manicure e pedicure é controlada em diário próprio, enquanto as condições dos equipamentos também são monitoradas diariamente. A cera usada na depilação é descartada e, além disso, toda a equipe é vacinada contra a hepatite B - doença que pode ser transmitida pelo contato com sangue ou secreções contaminadas. Até o dispenser de sabonete líquido para a clientela é etiquetado com informações sobre validade e responsável pela reposição.

A presidente da Associação dos Profissionais de Estética do Paraná e diretora da Federação Brasileira dos Profissionais Esteticistas, Beatriz Andreghetto Orasmo, também apoia os objetivos do Visacorp. "Precisamos de profissionais bem preparados para atuar e essas noções devem fazer parte do aprendizado das profissões", afirma Beatriz, que é esteticista e também professora do curso de Tecnologia em Estética da Opet.