Terça, 28 de Setembro de 2010

Pai participa do pré-natal do programa Mãe Curitibana

Cerca de 2,5 mil maridos, namorados, noivos e companheiros das mulheres cadastradas no programa de atenção materno-infantil Mãe Curitibana compareceram às consultas médicas iniciais do Pai Presente no Pré-Natal desde maio de 2009. Eles dão exemplo para os homens que querem ou estão prestes a se tornar pais.

O Pai Presente é a estratégia criada há 14 meses pela Secretaria Municipal da Saúde para fortalecer o vínculo do futuro pai com a gestação e zelar pela saúde masculina.

Segundo o coordenador do programa, Edvin Javier Boza Jimenez, do total de homens que compareceram à primeira consulta médica, aproximadamente 1,5 mil fizeram teste de HIV (para pesquisa do vírus da aids) e 1,6 mil se submeteram à testagem para sífilis.

“Apenas dez pais tiveram resultado positivo para HIV e quatro para sífilis e, por isso, estão sendo acompanhados nas unidades de saúde”, explica o médico, que destaca a adesão masculina à iniciativa. “Além de se prepararem para ajudar no cuidado com o bebê, esses homens apoiam as mães dos seus filhos e se preocupam com a própria saúde. Esse é o objetivo”, frisa.

Além disso, mais de 450 homens acompanharam as gestantes na visita à maternidade marcada para o parto – um dos diferenciais do pré-natal oferecido pela rede pública de saúde de Curitiba - e 1,3 mil participaram das Oficinas do Pai Presente.

As oficinas são encontros periódicos convocados pelas unidades de saúde para, a partir de rodas de conversa coordenadas por profissionais de saúde, preparar os futuros pais e as gestantes para lidar com as mudanças causadas pela gravidez e a chegada do bebê.

Elielson - O consultor ambiental Elielson Marcelino, de 32 anos, é um pai presente desde que a esposa e companheira de trabalho Anabel de Lima, com a mesma idade, recebeu o resultado positivo de gravidez na Unidade de Saúde Santos Andrade. Ela estava quase no terceiro mês de gravidez quando soube que esperava Enzo. Além de primeiro filho, o garotinho será o presente de Natal dos pais, pois é esperado para 24 de dezembro.

“Quando aconteceu a gravidez, estávamos tentando ter um filho há mais de 1 ano”, conta Elielson, que aceita de bom grado todas as ofertas do Pai Presente. “Fiz consultas e exames, tomei todas as vacinas possíveis, fui ao dentista e não perco as oficinas. Tudo certo comigo, tudo em dia e, o que é mais importante, com a Anabel e o nosso filho”, resume o futuro pai, que também não vai abrir mão de assistir o parto, marcado para a maternidade Vítor do Amaral.

Rafael - O técnico em eletrônica Rafael Pereira de Abreu, de 27 anos, e a operadora de caixa Gisele dos Santos Neves, de 24, queriam um segundo filho, mas não imaginavam que ele viria tão rápido. Ambos são paulistas radicados há pouco mais de 1 ano em Curitiba, para onde se mudaram com o filho mais velho, Gabriel, de 6 anos, atrás de oportunidades de trabalho.

“A Gisele mal tinha parado com o anticoncepcional, que ela tomou durante quase 6 anos. Além disso, tínhamos acabado de mudar para Curitiba e estávamos sem plano de saúde, que pensávamos em fazer. Foi um susto porque a nossa experiência com a saúde pública em São Paulo, na época do nascimento do Gabriel, não foi nada boa”, recorda o pai de Enzo, nascido na maternidade Vítor do Amaral, no último dia 15 de setembro. Por coincidência, o nome do bebê é o mesmo do casal Eliélson e Anabel, assim como o da maternidade.

Vizinho da Unidade de Saúde Pinheiros, o casal não acreditou que estava sendo atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) quando o pré-natal começou. “Aqui, além do atendimento médico bom, vão na casa da gente saber como estamos e nos asseguram uma maternidade”, conta Rafael, que também fez consultas, exames, vacinas, frequentou oficinas e assistiu o parto – normal, ao contrário do primeiro. “Isso nos deu muita segurança, mesmo estando longe da família”, garante o pai, que abandonou a ideia de contratar um plano de saúde privado.

Valter - Júlia nasceu em 22 de junho e para seu pai, o policial militar paulista Valter Fabiano Ribeiro, de 35 anos, as lições aprendidas no Pai Presente continuam. “Todo dia é uma descoberta. Agora eu me empenho para não perder as consultas da nossa menininha”, conta ele, que mora com a família no Centro de Curitiba mas cumpre plantões de 24h por 48h em Barra do Turvo, divisa do Paraná com São Paulo.

Por conta da escala de trabalho, Valter não pôde estar com a esposa, a estudante de Engenharia Cartográfica Karla Duarte Marinho Freire, de 25 anos, em todas as oficinas de gestantes. Mas na última consulta da menina, nesta segunda-feira (27), deu tempo de chegar do trabalho, acompanhar esposa e filha até a Unidade de Saúde Mãe Curitibana e tirar algumas dúvidas com a pediatra Stela Pelanda.

“A Júlia e a Karla estão bem porque aqui é possível contar com um bom atendimento de saúde”, observou, referindo-se ao pré-natal e também ao atendimento dedicado a Karla, que teve e tratou um tipo de linfoma antes de engravidar. Na época em que descobriu a doença, Karla, que também é de São Paulo, já havia se transferido para Curitiba a fim de estudar. Por causa dos seus antecedentes clínicos – e mesmo tendo uma boa gestação - o acompanhamento aconteceu no ambulatório para gestação de risco do Hospital Evangélico, onde Júlia nasceu.