Quinta, 14 de Outubro de 2010
Quem passou pela Boca Maldita nesta quinta-feira (14) pôde participar das compras simuladas e da avaliação nutricional oferecidos no Armazém da Saúde Curitibana – a mais nova iniciativa da Prefeitura para chamar a atenção do público sobre a influência da alimentação sobre a saúde. A promoção é da Coordenadoria de Alimentação e Nutrição da Secretaria Municipal da Saúde, que a partir de agora levará o Armazém aos bairros, para outras ações de alcance coletivo promovidas pelas unidades de saúde.
Segundo a responsável pela área, nutricionista Ângela Lucas de Oliveira, o objetivo da estratégia – que conta com o auxílio de quarenta nutrício nistas e estagiárias do curso de Nutrição da Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar) - é mostrar à população que a função dos alimentos é ser fonte de saúde e equilíbrio.
“Um corpo em melhor forma física e mais bonito é apenas conseqüência da educação alimentar”, frisa a técnica, que ao lono dos seus 20 anos de Prefeitura tem observado a queda dos índices de desnutrição e o crescimento do sobrepeso na população.
Segundo a última pesquisa telefônica Vigitel, feita em 2009 pelo Ministério da Saúde com pessoas usuárias ou não do Sistema Único de Saúde (SUS), 45,5% dos curitibanos ouvidos na sondagem admitiram estar com excesso de peso e 12,9% se definiram como obesos. Do universo pesquisado, 21,5% relataram ser hipertensos e 5,7% diabéticos – doenças fortemente influenciadas pela alimentação.
O que é - O Armazém da Saúde Curitibana é um conjunto de réplicas de aproximadamente 70 itens entre frutas, verduras, carnes brancas e vermelhas, farinhas, massas, pães, embutidos, doces, laticínios, cereais e bebidas. Dispostos em prateleiras, eles podem ser escolhidos e colocados em cestas, do mesmo modo como se de fato os consumidores estivessem fazendo as compras de hábito.
Depois de concluída a compra simulada, com a cesta em mãos, eles conversam com nutricionistas sobre o impacto do que levariam para casa sobre a saúde pessoal e familiar e o que é necessário observar antes de escolher o que comprar. Além disso, têm acesso a avaliações grátis do peso e da altura – para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) – e da circunferência da cintura, que indicam se a pessoa está ou não em dia com o equilíbrio alimentar.
Impressões - O cozinheiro aposentado João Fernandes quer adequar sua dieta. “Eu achava que comia certo, mas a nutricionista me orientou a consumir feijão e arroz integral”, contou ele, que lidou com o preparo de alimentos desde a juventude e que preferia comer purê de batata, carne e salada.
Empenhado em conhecer mais sobre o assunto, estuda a possibilidade de freqüentar um dos grupos de reeducação alimentar da Secretaria Municipal da Saúde. Fernandes mora em Santa Felicidade, próximo à Unidade de Saúde Pinheiros.
Preocupada em manter o peso por determinação do ortopedista, a orientadora educacional aposentada Harlem Rupprecht gostou de ser uma das primeiras “freguesas” do Armazém da Saúde Curitibana. “Gostei da honestidade da simulação, que abrangeu também alimentos não recomendáveis à dieta e que a maioria das pessoas consome. Muito bom”, disse.
Para a estudante de Nutrição Pamela Stevani, seu trabalho como orientadora do Armazém da Saúde Curitibana é “uma oportunidade de avaliar mais de perto como é a relação das pessoas com a comida”.
Segundo ela, no início das compras, algumas, receosas, tendiam a colocar na cesta apenas os produtos certos – frutas, verduras, carnes e lácteos magros e massas integrais. “Quando percebemos isso, pedimos para que elas sejam autênticas e comprem o que julgarem mais interessante para, no final, poderem fazer a autocrítica e rever preferências”, conta.