Quarta, 20 de Outubro de 2010

Hipertensos aprendem a comer bem

Criar o hábito de ler o rótulo dos alimentos antes de levá-los para casa e aprender que é possível consumir comida saborosa e sem riscos para a manutenção dos níveis de pressão arterial foi o propósito da atividade programada pela equipe da Unidade de Saúde da Família São José, na Regional CIC, nesta segunda-feira (18).

Liderados pelo médico de família Hamilton Lima Wagner e pela nutricionista Andréa Tarzia, cerca de 30 pacientes transformaram os corredores do mercado do bairro em extensão das oficinas mensais de alimentação saudável, criadas para ajudar os hipertensos a controlar a doença e sem abrir mão do paladar.
 
Segundo o médico, a ideia é reforçar entre os pacientes os riscos oferecidos pelo excesso de consumo de sal – o grande vilão dos hipertensos.  “Prestando atenção às informações nutricionais, eles passam a entender, na prática, porque é necessário controlar o sal. Mais que isso, começam a entender que o sal pode se apresentar sob outras denominações, imperceptível quando não se faz esse trabalho de esclarecimento e de apoio multiprofissional”, explica.

Além do médico e da nutricionista, os pacientes contam com suporte de uma psicóloga, uma farmacêutica e um professor de educação física do Núcleo de Apoio em Atenção Primária à Saúde (Naaps), que também participam dos encontros e das consultas mensais durante as oficinas.
 
Sal em tudo - Presente à incursão ao mercado, Catarina Fressato dos Santos ficou sabendo que, ao comer cinco bolachas do tipo água e sal, estará ingerindo 6% das suas necessidades diárias de cálcio. “A gente tem que ficar atento às coisas mais simples porque aí podem estar armadilhas para quem precisa se cuidar”, comentou.

O perigo é maior nas embalagens de tempero completo, que reúnem 73% das necessidades diárias de sódio – o sal – em apenas uma colher de chá do produto. A informação deixou muitos pacientes chocados, mas não pegou a aposentada Clara Machado de surpresa. Rigorosa no controle de tudo o que consome, Clara já tem o hábito de conferir os rótulos para se defender. “Isso deve ser uma obrigação de todas as pessoas que não querem ter pressão alta”, diz.

Outra participante da atividade, Ana Ferreira gostou da aula que recebeu no mercado e, em casa, já começou a deixar a geladeira mais light. “Já tem algum tempo que cortei a mortadela e o açúcar e não sinto falta”, conta. Frequentadora assídua das oficinas da Unidade São José, Ana já executou em casa algumas receitas adaptadas e sugeridas por Wagner. “Ninguém gosta de colaborar comigo, mas quando fiz a torta de legumes do médico, não ficou nem um pedacinho”, lembra.

Receitas  - A sugestão de receitas aos pacientes arremata os encontros mensais, realizados há cerca de 2 anos. Cópias de cada prato são distribuídas no final dos encontros, após a degustação do prato do dia. Nessa segunda-feira, ao voltar do mercado para a Unidade de Saúde, os pacientes experimentaram uma adaptação colorida e aromática de Arroz à Piemontesa.

O prato foi executado pela auxiliar de consultório dentário Maristela Portela durante a incursão pelo mercado e aproveita o sódio presente em itens como o queijo ralado.

Arroz à piemontesa

Ingredientes:
100g de manteiga
½ xícara de chá de champignon, fresco ou em conserva
2 xícaras de chá de arroz (lavado e escorrido)
1 xícara de chá de vinho branco seco
1 pitada de açafrão em pó
3 tomates picados (sem pele e sem sementes)
1 xícara de chá de queijo parmesão ralado

(para o caldo:)
1 litro de água
salsa
cebolinha
alecrim
curry

Preparo:

O caldo – Em 1 litro de água, de 2 a 3 minutos, ferva um ramo de salsa, cebolinha e alecrim e uma colher de chá de curry.

Derreta metade da manteiga e refogue os champignon cortados em fatias finas. Acrescente o arroz, o vinho, o açafrão e, aos poucos, o caldo. Mexer sempre. Quando começar a secar, junte os tomates.

Misture bem e deixe finalizar o cozimento. Misture a manteiga restante e o queijo ralado e deixe por mais 2 minutos. Sirva a seguir.